14.10.04

A LENDA DA MANDIOCA

Tomado de: http://www.fortunecity.com/campus/ anthropology/275/lendas.html A LENDA DA MANDIOCA No alto da serra dos Parecis, aqui em nosso Estado, alojam-se várias tribos de índios. São palhoças cobertas com folhas de palmeira. Eles à noite, dormem em rede, debaixo das quais acendem uma pequena fogueira. Usam roupas, estão sempre em contato com os brancos e não dispensam adornos, como as pulseiras de algodão ou de borracha de mangabeiras. O índio Zatanare e a sua mulher Cocoterô tiveram um casal de filhos: Zocoiê, o menino e Atiolô a menina. O pai só gostava do filho, desprezando a filha e nunca falando com ela. Chamava-a, ou respondia com assobios. Atiolô ficou muito triste com este desprezo, então pediu à mãe que a enterrasse viva. A mãe resistiu muito, porém, dada a insistência de Atiolô, a mãe a enterrou viva. Cocoterô, a mãe, a enterrou no meio do cerrado. Mas nesse lugar, ela sentiu muito calor, então pediu a mãe que a enterrasse no campo. Mais uma vez ela não se sentiu bem, então pediu a mãe que a enterrasse na mata. Aí ela ficou à vontade, mas pediu à mãe que se retirasse imediatamente e não olhasse para trás, quando ela gritasse. Após muito tempo, ela começou a gritar. Cocoterô virou-se para trás e viu, no lugar onde enterrara a filha, um arbusto alto, mas logo foi-se tornando rasteiro. Cocoterô passou a tratar a planta com muito carinho, regando-a sempre. A planta foi-se desenvolvendo, até que, um dia, Cocoterô arrancou as suas raízes. Era mandioca. Os pais deram-lhe o nome de ojacorê e os índios Parecís chamam-na de Quetê. Extraída da revista "Terra e Gente" - Ano I, Janeiro de 1946 - Rio de Janeiro, p.114.

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